O dia Mundial da Alimentação celebra-se no dia 16 de outubro desde 1981. A data foi criada com o objetivo de promover a reflexão sobre os problemas globais relacionados com a alimentação e nutrição e procurar medidas para os solucionar.
Problema mundial da alimentação
O mais antigo drama mundial da alimentação é a fome e a insegurança alimentar. Vemos, por todo o mundo, pessoas a morrer sem acesso a alimentos.
Atualmente juntam-se outros grandes problemas, a obesidade e o desperdício alimentar. Por mais estranho que possa parecer, por um lado temos pessoas sem acesso a comida e, por outro, pessoas que todos os dias consomem mais energia que o necessário e que deitam fora toneladas de alimentos.
Em todo o caso, os problemas da alimentação a nível mundial têm uma base comum – a desadequação nutricional, muito associada ao desconhecimento e à desinformação.

A alimentação hoje em dia
Mas como é que na era do conhecimento e da partilha de informação, as pessoas não sabem como comer bem? Quando é que isto deixou de ser intuitivo?
A verdade é que com o acesso crescente à informação, vem também a desinformação! E como toda gente come, todos acham que percebem de alimentação.
A primeira coisa que fazemos desde que viemos ao mundo é comer! Das poucas coisas que ainda se mantêm desde a nossa origem enquanto Seres Humanos é o facto de que precisamos de comer! Então porque não podemos simplesmente comer?
Os alimentos que comemos
Em primeiro lugar, cada vez menos temos alimentos na nossa alimentação! Passámos a substituir alimentos por produtos químicos e ultraprocessados. E o mais estranho, é que isto é que passou a ser valorizado.
Afinal, porque é que a ausência do glúten passou a ser o saudável? Como é que se transforma uma limitação associada a uma doença, numa referência de alimentação saudável para a população geral?
E porque passou também o leite a ser o culpado de várias condições? Quando, provavelmente, foi o alimento que nos manteve vivos durante centenas de anos e ainda mantém, em várias culturas e regiões do mundo?
O que leva as pessoas a fugir cada vez mais dos alimentos simples e naturais? É uma facto que nem sempre são os mais baratos. E muitas vezes são processados sem que o pareçam. Mas também é verdade que as pessoas procuram efetivamente o que é diferente e da moda.
Como os comemos
Em segundo lugar, são cada vez mais os rituais associados à alimentação. Existem as mais variadas teorias sobre o horário das refeições, o formato das mesmas e que alimentos incluir em cada uma delas.
Mas então, para que serve a sensação de fome? Não devemos afinal comer quando sentimos fome e beber quando sentimos sede? Também neste aspeto as pessoas acreditam cada vez mais que devem optar por medidas radicais e o mais estranhas possível.
Uma vez mais, quando nascemos, não lemos nenhum artigo nem ninguém nos diz que devemos mamar 10 minutos e fazer um jejum intermitente de 2 horas. E não precisamos, porque estes conhecimentos são intrínsecos.
Apesar de cada vez mais desconfiarmos das nossas sensações e da nossa intuição, a verdade é que somos seres muito bem adaptados e com os nossos instintos apurados.
Resumindo...
Para mudarmos os padrões da alimentação mundial, é fundamental sabermos equilibrar as nossas capacidades primárias com o conhecimento moderno. Claro que devemos continuar a busca pelo conhecimento e entendimento da alimentação e da nutrição.
Mas o que não podemos perder é a nossa intuição e os instintos que nos mantiveram vivos até agora. A comida passou a ser vista como o inimigo e a causa para todos os males atuais. A maioria das pessoas deixou de sentir prazer às refeições, trocando-a pela culpa e o medo.
No entanto, comer deve ser um ato de amor próprio e uma fonte de prazer. Afinal, é a alimentação que nos mantém vivos! E funciona também como o cimento da socialização, sendo que todas as relações humanas se processam em volta de alimentos.
Vamos descomplicar a alimentação e fazer o nosso papel na resolução dos problemas alimentares a que assistimos hoje.
Valorize cada alimento a que tem acesso, ouça as necessidades do seu corpo e os sinais que este lhe transmite e coma com prazer e com plena consciência do que está a fazer.
dina
Nutricionista clínica, coach nutricional e formadora. Especialista na Saúde da Mulher, Nutrição materno-infantil, Nutrição Pediátrica e Nutrição funcional.
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